Conheça o processo de reestruturação do SNIIC – Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais do MinC

O Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais está sendo reformulado. Conheça as mudanças e as novas possibilidades do SNIIC.

 

Histórico do SNIIC

O SNIICSistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais é um dos elementos constitutivos do SNC – Sistema Nacional de Cultura, que foi instituído por lei em maio de 2012 (PEC 416 de 2005).

A implantação do SNIIC foi prevista de forma progressiva, dada a complexidade de se criar um sistema dessa natureza num país de dimensões como as do Brasil, e também em função da incipiência de um sistema nacional de gestão cultural como o SNC.

 

A fase atual do SNIIC: Mapas Culturais

Desde 2012, o SNIIC passou por diversas fases e metodologias de implantação.

Em 2015 deu-se início a sua mais recente fase de estruturação, com a adoção dos Mapas Culturais como base tecnológica para o funcionamento do SNIIC. Os Mapas Culturais são um software livre gerado graças à parceria do Instituto TIM com instâncias governamentais.

 

A ferramenta Mapas Culturais permite organizar informações sobre agentes culturais, atividades e locais relacionados à cultura em um município ou região, fazendo um mapeamento desses dados. Pode ser alimentada por agentes públicos e também por agentes culturais de maneira colaborativa. Permite a criação de agenda cultural e possibilita um registro completo dos produtores e espaços culturais da região, contribuindo para a elaboração de políticas públicas na área da cultura.

(Fonte: Instituto TIM: https://institutotim.org.br/solucoes/mapasculturais/)

O primeiro município a adotar os Mapas Culturais foi São Paulo (Plataforma SP Cultura). Abaixo a lista das aplicações ativas dos Mapas Culturais (atualizado em Abril de 2017):

Municípios: Belo Horizonte (MG); Blumenau (SC); João Pessoa (PB); Londrina (PR); Parnaíba (PI); Santo André (SP); São José dos Campos (SP); São Paulo (SP); Sobral (CE) e Ubatuba (SP).

Estados: Ceará; Espírito Santo; Mato Grosso; Rio Grande do Sul; São Paulo; Tocantins.

País: Uruguai

Outras instalações: Distrito Federal; Associação dos Municípios de Nordeste de Santa Catarina (AMUNESC); Mapa da Cultura SNIIC – MinC; Museus BR – Ibram; Mapa das Bibliotecas e Rede Cultura Viva

Em breve: Bahia; Maranhão; Paraíba; Pará e Pernambuco.

 

Desafio: como tornar os Mapas interoperáveis entre si

Atualmente, o usuário que queira ver as informações culturais de dois municípios diferentes, por exemplo, São Paulo e Fortaleza, é necessário que ele entre nos dois Mapas, em dois acessos diferentes. Não é possível ainda integrar todas as informações contidas nos Mapas já implantados num único lugar.

Para que todas os dados contidos nos Mapas Culturais de todos os Municípios/Estados possam ser consultadas a partir de um único acesso e de maneira centralizada é necessário ainda criar um sistema operacional capaz de organizar e sistematizar as informações inseridas nos Mapas Culturais.

O sistema que está sendo desenvolvido para organizar os dados chama-se Ontologia.

Para criar a Ontologia, o MinC firmou um convênio com a UFG – Universidade Federal de Goiás (MediaLab e L3P da UFG) e criou um Grupo de Trabalho – GT Glossário da Cultura (criado pela portaria no. 119 de 19/11/2015) formado por representantes das entidades vinculadas do MinC, da sociedade civil (indicados pelo CNPC – Conselho Nacional de Política Cultural), e também por especialistas em diversas áreas.

Dani Ribas passou por uma análise curricular e foi indicada, juntamente com dois outros conselheiros, como representante do CNPC no GT.

O GT Glossário da Cultura tem o objetivo de criar uma primeira versão da Ontologia base para o fucionamento integrado de todos os Mapas Culturais no âmbito do SNIIC.

 

O que é uma Ontologia?

O vídeo abaixo explica para que serve uma Ontologia:

 

O vídeo é longo, mas vale à pena assistir.

Uma Ontologia é um sistema que organiza e sistematiza dados, criando informação sobre cada um dos dados (metadados) e criando hierarquias e níveis de informações (como em um Thesaurus usado em sistemas de bibliotecas). Mas o diferencial da Ontologia em relação a outros sistemas de organização do conhecimento é o fato dela estabelecer quais seriam as inter-relações possíveis entre cada um dos dados. Com a Ontologia é possível tanto informar ao sistema quais são as relações entre classes e subclasses de dados, como deixar que o sistema dinâmico mostre as relações que não haviam sido previstas inicialmente. Para isso, utiliza-se da tecnologia da web-semântica, que organiza a informação disponível na internet e faz com que os buscadores como o Google encontrem resultados e criem automaticamente páginas com as informações solicitadas.

Outro diferencial desta Ontologia em específico em relação às demais Ontologias já existentes é a metodologia utilizada. O GT apoia-se em métodos já estabelecidos e validados internacionalmente para a construção de uma Ontologia (Protégé e OntoWiki, por exemplo), mas adiciona-se a este método, pela primeira vez, a possibilidade de receber de maneira qualificada as contribuições de especialistas em cultura e da sociedade civil não técnicos em Ontologias e sistemas de informação. O método, portanto, pressupõe a participação social como princípio metodológico, o que é um avanço tanto no campo científico como na área de inovação em participação social.

 

 

Plano de Trabalho

 

  1. Definir escopo e domínio

Previsão: 25 e 26/02/2016 

A etapa da definição do escopo e domínio da ontologia tem por objetivo entender qual o foco temático e processual que a ontologia deve atender, sabendo que esse trabalho de definição delimita as informações e conhecimentos sistematizados que a ontologia deve cobrir. É nesse momento que vamos definir os objetivos da ontologia, que perguntas concretas a ontologia deve responder e qual deve ser o modelo de governança responsável pela gestão da própria ontologia.

 

  1. Avaliar taxonomias existentes para possível reutilização

Previsão: 12 e 13/04/2016

Nesta etapa, temos por objetivo mapear iniciativas de vocabulários, glossários, dicionários, tesauros, ontologias e taxonomias de forma geral que já foram produzidas para o mesmo escopo ou que dialoguem de alguma maneira com o foco da ontologia que estamos desenvolvendo. O objetivo desse mapeamento é avaliar a possibilidade de reutilização de trabalhos anteriores e também a possibilidade de reutilização de padrões que podem facilitar e ampliar a interoperabilidade entre soluções já existentes, ampliando assim o potencial de conectividade no espaço informacional da ontologia.

 

  1. Identificar, escolher e definir os termos

Previsão: 5 e 6/07/2016

A partir do mapeamento de diferentes fontes de informação e da possibilidade de reutilização de trabalhos anteriores, nesta etapa partimos para a priorização e escolha efetiva dentre todos os termos candidatos de quais serão efetivamente levados em consideração pela ontologia e que serão os elementos estruturantes da representação da informação e conhecimento a que a ontologia se propõe. Termos acabam sendo descartados, termos podem ser priorizados e termos novos podem surgir, sendo aqui uma etapa de intenso trabalho colaborativo, diálogo e participação. É também nessa etapa que os termos escolhidos precisam ser definidos, constituindo uma descrição mínima do seu significado.

 

  1. Definir as classes e seus relacionamentos

Previsão: 27 e 28/07/2016 e 24 e 25/08/2016

Uma vez que temos os termos que farão parte da ontologia definidos, chega o momento nessa etapa de definir quais são as classes, as subclasses e a forma como elas devem se relacionar entre si. Esse trabalho visa ampliar a estrutura de organização da informação da ontologia, procurando organizar os termos em redes que definam a visão de relacionamento entre eles que o grupo de pessoas que desenvolve a ontologia possui. Aqui definimos que tipo de relacionamentos a ontologia deve atender, como eles devem ser expressos e quais relacionamentos que conectam determinadas classes por todo o espaço informacional da ontologia.

 

  1. Definir as propriedades das classes

Previsão: 28 e 29/09/2016 e 26 e 27/10/2016

Nessa etapa definimos quais são as propriedades ou atributos de cada classe, entendendo que essas propriedades são parâmetros descritivos que ajudam a caracterizar o que é uma classe, do que ela é composta e quais são as informações básicas que devem ser preenchidas para definir uma classe existente no mundo das relações sociais que queremos representar.

 

  1. Definir as facetas das propriedades

Previsão: 22 e 23/11/2016

Para cada propriedade de classe que definimos na etapa anterior, devemos agora dizer como elas devem ser preenchidas, se devem utilizar algum tipo de vocabulário controlado (um conjunto de opções pré-determinadas), que restrições de preenchimento devem ser consideradas, padrões, formas e qualquer regulamentação ou indicação de boas práticas que devem ser levadas em consideração para definição das classes.

 

  1. Criar instâncias

Previsão: 13 e 14/12/2016

Por fim, nessa última etapa passamos a utilizar a ontologia criada para definir objetos do mundo social que queremos representar. É nesse momento, por exemplo, que vamos descrever um equipamento cultural específico, preenchendo todos as propriedades que definem esse equipamento cultural, visualizando as relações que ele mantém com outras classes e entendendo o uso prático da ontologia com os objetos da cultura que conhecemos em nossas vidas cotidianas.

 

 

Na página “Vocabulários” do SNIIC você pode conferir todo o Plano de Trabalho e os materiais que serão gerados em cada uma das reuniões, como relatórios, videos das reuniões, fotos e listas de presenças.

 

 

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